Vivemos num mundo acelerado em que as exigências estão cada vez mais intensas, gerando pressões internas e externas para se atingirem determinados padrões e performances.
A saúde mental é um dos assuntos mais recorrentes da atualidade. Em um mundo onde os transtornos mentais são o terceiro fator de afastamentos do trabalho, falar sobre saúde mental se transformou em assunto essencial e primário.
É impossível trazer o assunto em questão sem passar pela história. Rodeada por estigmas e ideias pré-concebidas, a Saúde Mental é indissociável da história da loucura. Ainda hoje muitos não buscam apoio na promoção de sua saúde mental por essa correlação com o estigma da loucura e sua exclusão.
História da Loucura – Exclusão e estigmas
Desde a Antiguidade grega e romana, até século XV, a loucura se insere num universo moral e sua relação é com a exclusão física e social daqueles que ninguém queria “por perto”, como leprosos, prostitutas e mendigos. Com isso a posição excludente do transtorno mental gerou respostas de confinamento e institucionalização.
Somente no século XIX, a loucura passou a ser vista como doença mental e que deveria ser tratada. Alguns historiadores argumentam que o grande confinamento dos loucos não ocorreu no século XVII, mas no século XIX.
No Brasil, o Movimento da Luta Antimanicomial data do início dos anos 1980, quando os trabalhadores em saúde mental, organizados no Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), revolveram iniciar um movimento de desconstrução do modelo hospitalocêntrico e avançar no trato substitutivo (fora dos manicômios) da atenção e do cuidado da saúde mental.
Dentro e fora de si
Tão essencial quanto o cuidado com a saúde física, a saúde mental, apesar de entrar em discussões ampliadas, ainda sofre reflexos dessa história de exclusão e batalhas.
Muitos ainda negam a necessidade de cuidar de sua saúde mental por medo ou preconceito. Para apoiar essa mudança de percepção, é preciso ampliar o entendimento de saúde mental para além da conexão com transtornos mentais graves.
Conforme a Organização Mundial da Saúde – OMS, não existe uma definição universal para saúde mental. As diferenças entre culturas e suas peculiaridades podem tornar o significado de saúde mental bastante subjetivo.
Mas, independentemente da cultura, a OMS entende que a saúde mental é a responsável por fazer o indivíduo buscar seus objetivos e contribuir para a sua comunidade.
Esse termo tem relação com a capacidade individual de buscar o equilíbrio. É preciso dedicar tempo para apreciar a vida, bem como para empenhar esforços para atingir a resiliência psicológica.
De acordo com a Associação de Psicologia Americana – APA, a saúde mental pode ser definida pela forma como pensamentos, sentimentos e comportamentos influenciam diretamente nossas vidas.
Pode-se dizer que uma imagem positiva sobre si mesmo é reflexo da boa saúde mental. E ter uma boa saúde mental estimula o bom relacionamento com amigos, familiares e colegas de trabalho. Saúde Mental é estar bem consigo e com os outros.
A pessoa com saúde mental em dia sabe administrar o seu mundo interior mesmo diante de vivências e até exigências externas que geram tensionamentos. Apesar dos altos e baixos da vida, não perde a consciência daquilo que é mais precioso para si.
Sofrimento mental
O sofrimento psíquico, ou mental, é uma desordem emocional que pode ser progressiva. Ela pode ser observada mais claramente em situações que envolvam perda, luto e dificuldade profissional.
A persistência de emoções como a tristeza e a frustração pode desencadear desequilíbrios químicos no organismo que causam transtornos mentais mais sérios, como a ansiedade generalizada e a depressão.
A Depressão é o terceiro motivo de maior afastamento no trabalho, e estima-se que 20% ou 25% da população mundial em algum momento da vida teve ou terá um quadro de depressão.
O Brasil lidera o ranking mundial dos transtornos mentais considerados as “doenças do século XXI”, estando em 1º Lugar Mundial com maior número de casos de Ansiedade (+ de 18 milhões de pessoas), e em 2º Lugar Mundial em casos de Depressão (+ de 11 milhões de pessoas).
Fatores reconhecidos como responsáveis por desencadear o sofrimento mental
Relacionamentos tóxicos
Auto exigência
Falta de lazer
Predisposição para a doença mental
Carga exaustiva e recorrente de trabalho
Ambiente muito estressante
Situação de estresse pós-traumático
Mantenha a cuca fresca
A seguir listo uma série de bons hábitos e iniciativas que podem ajudar no equilíbrio do dia a dia.
Busque ajuda (você não precisa enfrentar tudo sozinho)
Seja generoso consigo
Se é Humano, tem limites
Busque autoconhecimento
Tenha tempo para si
Não se isole
Reforce os laços familiares e de amizade
Diversifique os seus interesses
Mantenha-se intelectual e fisicamente ativo