Quantas vezes nos sentimos engolidos por nossas emoções? Uma expectativa diante de uma viagem que, se não contida e compreendida, se transforma em ansiedade. Um receio de não dar conta de entregar o que é esperado no trabalho que, desenfreado, pode se transformar em insegurança excessiva. É impossível termos um só dia sem sentirmos nada! As emoções estão presentes em todos os momentos de nossas vidas, por mais simples que sejam as situações e momentos. Sentimos até sonhando.
São muitas as teorias que tentam explicar as emoções. Para alguns estudiosos são frutos de fatores culturais, outros, de momentos afetivos, e ainda há aqueles que pensam que emoções são processos simplesmente cognitivos. Mas é consenso que as emoções mais frequentes são a raiva, a alegria, a tristeza, o nojo, o medo e a surpresa. Mas essas emoções não são as únicas. Elas podem dar origem a outras, misturando-se entre si. Por exemplo, a decepção é produto da união da tristeza com a surpresa.
Existem momentos em que as emoções pesam muito e acabamos nos sentindo sobrecarregados, cercados por uma realidade que não podemos enfrentar. Quem nunca se sentiu cansado de sentir tristeza, ou de ficar com ciúmes ou angústia?
Ninguém chega neste mundo com um manual detalhado e com um controle das emoções que seja capaz de nos dizer o que fazer e como agir em cada momento. Ter Inteligência emocional não é deixar de sentir alguma emoção, mas sim, saber como se posicionar frente a elas. Por isso prefiro usar o termo “Sabedoria Emocional”.
Aqui irei abrir um breve parêntese para explicar porque acho mais adequado Sabedoria e não Inteligência Emocional.
Por definição, inteligência é um conjunto que forma todas as características intelectuais de um indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar o mundo e as coisas. Já a Sabedoria, é a capacidade em aplicar o conhecimento adquirido da maneira mais assertiva. Ou seja, o equilíbrio que tanto buscamos frente às nossas emoções parte da Inteligência Emocional, mas só é efetiva com a nossa Sabedoria Emocional.
Não adianta ter o conhecimento e a compreensão se não irei aplicá-los com equilíbrio, dando a importância adequada a cada questão ou evento.
Aí você me pergunta, como posso ter Sabedoria Emocional?
Apesar de a resposta parecer simples, é muito complexa! A resposta é CONHECER A SI, e é complexa porque exige muita coragem e engajamento em descobrir quem é você.
Em direção à minha melhor versão
Na medida em que me conheço e me compreendo, consigo entender o que me desperta determinadas emoções e me permite aprender a me aceitar, e, consequentemente, aceitar o outro. Conhecer a si permite que você entenda como utilizar de maneira equilibrada suas reações diante dos estímulos da vida.
É impossível evoluir nossas emoções sem compreender como nos relacionamos conosco. Autoconhecimento é o caminho para o equilíbrio emocional. Não adianta querer ter um relacionamento equilibrado com o outro se não tem um relacionamento consigo saudável. Como entregar amor ao outro se você não entrega este mesmo sentimento a si? Afinal, entregamos para o mundo aquilo que nos habita.
Gosto de pensar que o autoconhecimento é um trabalho diário. Trabalhamos diariamente para o outro em nossos empregos e/ou trabalho. Então, devemos também aprender a trabalhar diariamente para nosso bem-estar. Quanto mais nos propomos a isto, mais temos a oportunidade de entender como nos tornamos as pessoas que somos hoje de maneira ativa e consciente, além de compreendermos que a única pessoa responsável por nossas conquistas, escolhas, resultados, mudanças e evolução, somos nós mesmos.
E, quando voltamos nosso olhar para nós mesmos, podemos escolher percorrer o caminho da compreensão, da autovalorização e do perdão para conosco e para com o mundo que nos cerca. Este é o caminho para o encontro com nossa melhor versão.
De frente para o espelho
Encontrar nossa melhor versão não é tarefa impossível, na verdade podemos todos os dias encontrá-la. Basta praticar diariamente o exercício de olhar para si e compreender a imagem que vê.
Quando digo olhar para si, estou falando em olhar de forma genuína e honesta. Encontrando suas qualidades e fragilidades. Afinal, quem disse que nossa melhor versão não possui pontos a melhorar?
Encontrar nossa melhor versão é aceitar também nossas mazelas de forma responsável e evolutiva. Sabemos que não é tarefa fácil, mas para isto fiz uma lista que pode te ajudar a praticar o encontro com sua melhor versão:
Seja e sinta-se agente da sua vida e assuma o controle de seu desenvolvimento e escolhas – pratique a auto responsabilidade;
Aceite todo o seu eu, com compaixão, coragem e curiosidade – pratique o amor próprio;
Aceite seu passado, com olhar de aprendiz tire as lições – pratique o desapego do passado;
Abrace a identidade que está evoluindo e libere as crenças e narrativas que não são mais úteis a você – pratique a quebra de crenças limitantes;
Deixe de perseguir a perfeição para poder desfrutar as coisas como são – pratique a empatia;
Abandone a ideia de ser destemido e invencível, em vez disso, siga em direção aos seus temores para enfrentá-los, coragem não é ausência de medo – pratique a autosegurança;
Aceite a fluidez da vida, tudo que é vivo está em movimento, então muda – pratique a resiliência.
Siga sempre… não há outra forma de evoluir senão vivendo.